BANKSY E A FRONTEIRA DO GRAFITE

No caminho do lançamento do livro do Mariano Vivanco, o Edu Jordão me mostrou um trabalho do Banksy, o “street artist” que está dando o que falar em Londres. Ele faz umas colagens em ruas, debaixo de pontes e outros espaços públicos e diz que, em menos de um dia, alguém já roubou a obra. Essa foto aí de cima eu tirei de um dos trabalhos dele que ainda estavam na rua.

Banksy tem 33 anos e nasceu em Bristol (mesma cidade do Massive Attack e Portishead) e já foi preso por pequenos delitos. Ele não se mostra muito, poucas pessoas de fato conhecem seu rosto. Seus pais, por exemplo, acham que ele é um decorador! Ele também se apropria de outras obras para modificá-las, sempre com um tom irônico ou político.

Essa é uma discussão que se tornou delicada até mesmo para os galeristas que são pró-grafite, como o pessoal da Choque Cultural, que recentemente, teve sua galeria invadida e suas obras pichadas pelo mesmo menino que pichou o muro da faculdade Belas Artes. Para mim, esse moleque que eu nem lembro o nome só quer chamar a atenção, um rebelde sem causa, que falta com o respeito até mesmo com os trabalhos de outros artistas.

Eu comprei o livro do Banksy, “Wall and Piece” e, na abertura, ele diz o seguinte:

“Apesar do que dizem, o grafite não é o jeito mais baixa de se fazer arte. É na verdade uma das mais honestas formas de expressão artística. Não há elitismo ou hype, a obra é exibida nas melhores paredes que uma cidade tem para oferecer e todos podem apreciar, já que nenhum centavo é cobrado.”

“As pessoas que comandam nossas cidades não entendem o grafite pois acham que nada tem o direito de existir a não ser que eles lucrem com isso. Eles dizem que o que fazemos assusta as pessoas e é um símbolo do declínio da sociedade, mas o grafite só é um perigo para três tipos de pessoas: políticos, publicitários e pessoas que escrevem sobre o grafite.”

www.banksy.co.uk


3 opiniões sobre “BANKSY E A FRONTEIRA DO GRAFITE

  1. Oi Cami,

    o trabalho do Banksy é incrível, o cara é um dos papas da street art, uma lenda, com todo louvor… A discussão sobre o valor e o novo posicionamento da street art é super válida, mas episódios como este que aconteceu na Choque Cultural são muito lamentáveis!!

    bjs

    ps: não sei se vc lembra de mim, mandei meu cv pra vc ano passado, para o Pense Moda. Em outubro estou de mudança pra SP e te mandei de novo o cv, caso vc esteja precisando ou saiba de alguma coisa….obrigada pela atenção

  2. Muito legal. E eu descobri o “street art das esquinas” aqui em Paris, com alguns exemplres do projeto Space Invaders, feito de pastilhas tipo vidrotil. Dá uma olhada no hypercool. Bjs.

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